Monday, January 31, 2011

Animações sobre o cérebro e o uso de drogas - Benzodiazepínicos


Dando sequência às postagens sobre drogas que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC,) segue agora a animação sobre o efeito dos benzodiazepínicos (para  a primeira postagem sobre o assunto, clique aqui). Esta classe de medicamentos é autorizada no Brasil, mas sua venda é controlada pela Portaria 344/98, emitida pelo Ministério da Saúde, e a última atualização de sua lista foi publicada na RDC 21 de 18 de junho de 2010, emitida pela Anvisa.

Em 1961, Leo H. Sternbach ao tentar encontrar algum medicamento com ações miorrelaxantes e ansiolíticas, decidiu basear seus estudos em uma “intuição química” e resolveu testar a ação neurológica de estruturas benzodiazepínicas (estruturas estas que o próprio Sternbach já havia trabalhado anos antes na procura por novos corantes). O mais interessante é que, para fazer uma pesquisa no SNC (sistema nervoso central) nas décadas de 1950 e 1960, a “intuição química” ou simplesmente a “sorte” estavam muito envolvidas. Gringauz, em seu livro de Química Medicinal, compara a procura de novas drogas com ação cerebrais benéficas durante as referidas décadas  à procura da “fonte da juventude”. Esta comparação se deve aos escassos conhecimentos sobre o cérebro que existiam naquele tempo1.

Apesar do nome “benzodiazepínicos” estar relacionado apenas a dois aneis (A e B das figuras 1 e 2), a maioria dos benzodiazepínicos com ação farmacológica possuem, além dos anéis A e B, um radical fenil (anel C), além de mais uma ramificação iniciada por uma dupla ligação no anel A, em sua estrutura principal (como mostra a figura 2)1.

No que diz respeito às funções farmacodinâmicas, os benzodiazepínicos são moduladores de receptores Gabaérgicos, cuja ação torna o neurônio menos despolarizado, e assim, torna a transmissão pós-sináptica menos intensa. Assista a animação abaixo para maiores informações sobre transmissão de impulsos nervosos em neurônios e sobre o efeito dos benzodiazepínicos.2











Usados como sedativos e hipinóticos, relaxantes musculares, ansiolíticos e anticonvulsivantes1a, podem ser classificados de acordo com o período de latência, ou ainda a velocidade que eles demoram para atuar. Sendo assim, são 4 as principais classificações quanto à velocidade de ação: a) de ação muito curta; b) de ação curta; c)intermediária; d) longa. É claro que lipofilicidade, o grau de afinidade das substancias pelos receptores benzodiazepínicos e alterações metabólicas interferem na ação destes fármacos, mas esta classificação ajuda na escolha do uso clínico, além de ajudar a identificar a capacidade destes fármacos se tornarem “drogas de abuso”3. Na figura 3 estão a estrutura de três importantes benzodiazepínicos.
1a) GRINGAUZ, A. Introduction to Medicinal Chemistry: How Drugs act and why. Nova York. Willey. 1997. p. 578-584. b) http://en.wikipedia.org/wiki/Benzodiazepine acessado em 25/01/2011
2SILVA, Cláudio Jerônimo da; GARBE, Gisele Grinevicius. http://www.virtual.epm.br/material/depquim/ 7flash.htm Acessado em 25/01/2011
3Nastasy H, Ribeiro M; Marques ACPR http://www.viverbem.fmb.unesp.br/consenso.asp Acessado em 25/11/2010.

2 comments:

  1. Que bom encontrar blogs como este! Gostei muito da matéria sobre BZ. Me ajudou muito a entender os mecanismos de ação e a estrutura Quimica.
    Obrigada!!!
    Luzia da Glória (5ºP de Farmácia, Unigranrio)

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  2. A ansiedade pode ser caracterizada por uma hiperestimulação neuronal apresentando um excesso de neurotransmissores como noradrenalina e serotonina na fenda sináptica certo? Então porque os antidepressivos que aumentam a quantidade de serotonina ao inibir sua recaptação pelo neurônio são utilizados no tratamento da ansiedade??? Esses antidepressivos não deveriam potencializar o efeito da ansiedade???

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